"Desde o alvor da Humanidade que nos confrontamos com o omnipresente e avassalador fenómeno da morte: com a morte das plantas e dos animais que partilham o nosso habitat; com a morte das pessoas com quem convivemos e aprendemos a ser homens; e, por afinidade, com a nossa própria morte.
Experimentamos a morte como termo da existência, e essa experiência é, habitualmente, acompanhada por sentimentos de angústia, tristeza e desespero. Mas há algo nos mecanismos da nossa consciência que se recusa a aceitar que a vida, no seu dinamismo e evolução, esteja votada a um fim abrupto e absoluto. Afinal, as pessoas que vemos partir continuam a subsistir, de algum modo, na nossa memória e o afecto que ainda lhes votamos não admite ser um sentimento sem objecto definido. E, para além disso, a nossa consciência não consegue, em virtude da sua natureza, pensar a sua própria não-existência.
É assim que, ao longo da História, muitas têm sido as respostas à questão "Existe vida para além da morte?" As religiões têm sido unânimes na resposta afirmativa, não só incorporando o facto da morte na vida das comunidades através do ritual, como oferecendo uma solução discursiva e simbólica em conformidade com as crenças que essas comunidades partilham. A formulação da resposta varia, contudo: desde o animismo das religiões ditas "primitivas" em que tudo é considerado como ser vivo e o homem uma manifestação dessa vida; passando pelas religiões orientais em que a morte é apenas um momento num processo micro- e macrocósmico de purificação gradual; até às religiões bíblicas que afirmam a ressurreição da carne no Dia do Juízo Final.
A filosofia ocidental defendeu, tradicionalmente e até ao Séc. XVIII, a separação radical entre a alma e o corpo e a subsistência ad eternum daquela após a termo de funcionamento deste, no interior de um contexto criacionista. Essa situação tornar-se-á menos consensual com a disseminação do materialismo filosófico e do existencialismo, para os quais a morte é o fim total e irreversível da vida humana pessoal.
Quanto à ciência, desde muito cedo reconheceu que a metodologia e o aparelho conceptual de que dispõe não lhe permitem, com autoridade, pronunciar-se sobre tais questões.
Mas o resultado da demanda não é necessariamente a confusão ou o cepticismo!
E é por essa razão que o(a) convidamos a participar num ciclo de conferências com os maiores especialistas na matéria:
No dia 21 de Junho
"City of the Living Dead" - O Dr. Lucio Fulci explicará como é possível ressuscitar os mortos se os sacerdotes católicos decidirem renunciar aos votos.
"The Evil Dead" - O Professor Sam Raimi discorrerá acerca do poder revitalizante das incantações contidas no Livro dos Mortos, se forem gravadas e reproduzidas numa cabana isolada na floresta.
No dia 28 de Junho
"Redneck Zombies" - O Eng. Pericles Lewnes ensinar-nos-á como fabricar o elixir da eterna juventude a partir da destilação de milho e de resíduos tóxicos radioactivos.
"The Living Dead at the Manchester Morgue" - o Dr. Jorge Grau colocar-nos-á perante uma escolha radical: ou um mundo rural sem pragas de insectos, ou uma cidade inteira repleta de zombies famintos de carne humana.
A entrada é livre. As conferências terão início Às 21h30, no Última Sé Bar, na Travessa do Almargem (junto à Sé de Lisboa, por trás da Casa dos Bicos).
Trash Film Fest: dando as respostas que ninguém quer ouvir desde... er, o mês passado."
texto retirado de notícia encaminhada via mail pelo Lisboa Trash Film Festival. Parece que vale a pena ir ver!... Mais informações, ver aqui!...