Izzi: It's all done except the last chapter. I want you to help me. Finish it...
"The Fountain" é um filme "comercial" feito obra de arte visual de "autor". Dotado de uma capacidade encantar o espectador, pode contudo, apanhar desprevenido o mais incauto.
Embora o início possa parecer um pouco confuso, com o desenrolar do enredo constatamos a absoluta entrega do realizador e da sua equipa, actores incluídos, na representação da questão eterna da "imortalidade".
Mais do que isso, este projecto fala sobretudo de amor, aceitação, renovação e do equilíbrio existente entre a vida e a morte.
Um dos maiores "defeitos" deste projecto é sobretudo o caracter comercial que levou, a partir do trailer, à construção de uma perspectiva diferente do produto final... pelos menos na minha opinião, caso este filme tive sido lançado inicialmente como um "trabalho alternativo" poderia ter opiniões mais favoráveis do que aconteceu no momento do seu lançamento.
Rachel Weisz é Izzi, esposa de Tom (Hugh Jackman), vítima de uma doença terminal que rapidamente se desenvolve, sem perspectivas de cura ou tratamento possível. Por outro lado, o seu marido, sente constantemente em si a dúvida do desperdício de tempo afastado da sua esposa, constratando com a iniciativa de encontrar uma solução terapeutica oculta que premita prolongar, ou solucionar a fatalidade da sua mulher.
Ela, escritora, sentido a divisão emocional do seu marido, acaba por construir um livro sobre um explorador espanhol, que por amor e dedicação à sua Rainha, desencadeia uma obsessiva busca pela fonte da juventude pelo Novo Continente. Contudo, antes de sentir as suas forças a esvairem-se, entrega, num presente caridoso, esse projecto para o esposo terminar, escrevendo ele o último de capítulo dessa história.
É nesse ritmo que "The Fountain" se divide: entre o passado fictício, o presente amargo, e o futuro de uma possibilidade emocional interna de Tom.
Mais do que falar sobre a vida eterna, este filme apresenta-nos uma discussão sobre a vida do dia à dia, centrando-se na imagem daqueles que "ficam", e no significado que o percurso de cada um toma a quando de uma perda próxima. Apesar de levantar uma filosofia própria, o filme permite cada um espectador retirar dele o que pretende, num misto de tranquilidade, emoção e compaixão.
Um projecto para além do primeiro olhar dos seus espectadores, com interpretações de destaque de Rachel Weisz e a fabulosa Ellen Berstyn, e um conceito onde os efeitos visuais servem por absoluto o seu enredo.
Muito Bom
4 Estrelas